sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

As Oito Cruzadas.

AS OITOS CRUZADAS.

Expedições militares organizadas pelos cristãos europeus, desde o final do século XI, para combater os muçulmanos e cristianizar territórios da Ásia Menor e Palestina, ocupados por tribos turcas. As expedições também têm motivações não-religiosas, como a abertura das rotas terrestres de comércio com o Oriente, a conquista de novos territórios, a formação de alianças para derrotar concorrentes feudais e decidir disputas dinásticas. As oito cruzadas oficiais ocorrem entre 1095 e 1270. São formadas por cavaleiros e comandadas por nobres, príncipes ou reis. A primeira, convocada pelo Papa Urbano II, tem como objetivo tomar do controle muçulmano o Santo Sepulcro - local onde Jesus Cristo teria sido enterrado -, em Jerusalém. A campanha termina com a vitória dos cruzados. Os combates para expulsar os muçulmanos da Península Ibérica e a luta dos cavaleiros alemães em marcha para o leste também recebem o status de cruzada. Alguns historiadores acreditam que as cruzadas contribuíram para despertar nos europeus a consciência de uma unidade cultural, o que evolui para a formação dos Estados nacionais a partir do século XIII.
Primeira Cruzada (1095-1099)
O papa Urbano II recebeu do imperador bizantino Aleixo I Comneno o pedido de ajuda militar contra os infiéis muçulmanos. No Concílio de Clermont, em 1095, o papa convocou os fiéis cristãos para uma guerra santa contra o Islã. Em 1096, partiram chefiados por Roberto da Normandia, Godofredo de Bulhão, Balduíno de Flandres, Roberto II de Flandres, Raimundo de Tolosa, Boemundo de Tarento e Tancredo. Passando por Constantinopla, onde receberam o apoio do imperador bizantino, os cruzados sitiaram Nicéia; tomaram o Sultanato de Doriléia, na Ásia Menor; conquistaram Antioquia; e finalmente avançaram sobre Jerusalém, conquistada em 15 de julho de 1099.
Segunda Cruzada (1147-1149)
            Dirigida por Conrado III da Alemanha e Luís VII da França. Esta cruzada foi pregada na Europa por São Bernardo. A aliança de Conrado III com o imperador bizantino Miguel Comneno e de Luís VII com Rogério II da Sicília, ocasionou o rompimento entre os dois chefes cruzados. E, ao empreenderem ofensiva em terra, foram derrotados em Doriléia.
Terceira Cruzada (1189-1192)
Esta cruzada foi organizada depois da conquista de Jerusalém pelo Sultão Saladino, em 1187. Participaram dela Ricardo Coração de Leão; Filipe Augusto e Frederico Barba. Apesar de sua coragem e bravura, demonstrada nos combates, Ricardo Coração de Leão não conseguiu retomar Jerusalém, mas assinou um armistício com o Sultão Saladino, pelo qual os cristãos eram autorizados a peregrinarem até Jerusalém.
Quarta Cruzada (1202-1204)
            O papa Inocêncio III convocou mais uma cruzada, esta com a finalidade de dirigir-se ao Egito. Acabaria inteiramente desvirtuada de seus objetivos cristãos. A Quarta Cruzada assinalou o declínio mercantil de Constantinopla e a ascensão das cidades italianas.
Quinta Cruzada (1217-1221)
            A Quinta Cruzada tornou-se conhecida como a Cruzada das Crianças. Para justificar as derrotas anteriores, difundiu-se a lenda de que o Santo Sepulcro só poderia ser conquistado por crianças, pois eram puras. Foram reunidas vinte mil crianças alemãs e trinta mil francesas e encaminhadas para Jerusalém. Foram todas exterminadas, aprisionadas ou vendidas como escravos nos mercados do Oriente.
 Sexta Cruzada (1228-1229)
            A Sexta Cruzada organizada por André II, rei da Hungria, entrou em acordo com o sultão de Damasco, obtendo por dez anos a posse de Jerusalém. Alguns anos mais tarde, os muçulmanos dominaram a região e o acordo foi rompido.
Sétima e Oitava (Entre 1250 e 1270)
Estas cruzadas foram organizadas entre 1250 e 1270. Comandada por Luís IX, rei da França. As duas malograram. Luís IX morreu vítima da peste, em Túnis, sendo canonizado pela Igreja.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A história da História.



Nada é mais apaixonante do que se "re"descobrir a cada instante. Incrível que sensações diversas como cheiros, sabores, sons e etc, nos levem muitas vezes a destinos inesperados, deconhecidos ou esquecidos e sepultados em nossa memória.
Ah, a memória...que seria desta sem o passado? E o que seria de Heródoto de Helicarnasso sem a memória? E o que seria de nós sem a História?
Observar o passado com olhar científico garante a humanidade o privilégio de conhecer-se melhor indo além de aprender sobre datas marcantes, fatos importantes e nomes estranhos.
A história da História é escrita a todo momento (agora inclusive), e sempre, inexoravelmente esta tarefa é feita à muitas mãos.
Deixo abaixo para vocês um pouquinho do Pai da História.....Boa viagem!


Reprodução

Mesmo as mais antigas biografias de Heródoto são baseadas em especulações. Ele foi o autor do relato da invasão persa da Grécia nos princípios do século V a.C., que ficou conhecido como "As Histórias".

Considerou-se essa obra como um novo gênero literário, pois ele foi o primeiro não só a gravar o passado, mas a considerá-lo um problema filosófico ou uma forma de conhecimento do comportamento humano, ordenando-o cronologicamente e atendo-se aos antecedentes que causaram o conflito greco-pérsico.

Por isso, Heródoto ganhou o título de "pai da história" dando nova conotação a uma palavra que antes designava apenas "investigação", e que se transformou no que conhecemos hoje como história propriamente dita ou historiografia.

"Histórias" foi muitas vezes acusada de ser imprecisa, por basear-se em relatos orais e estar impregnada de intervenções mitológicas. Mas Heródoto é respeitado pelo seu rigor, sendo reconhecido não apenas como pioneiro na história, mas também na etnografia e antropologia.

Publicado entre 430 e 424 a.C., "Histórias" encontra-se dividido em nove livros. Os primeiros seis relatam o crescimento do Império persa. Começam com Creso, rei da Lídia, que perdeu o reinado para Ciro, o fundador do Império persa.

As primeiras seis obras acabam com a derrota dos persas em 490 a.C., na batalha de Maratona, que constituiu o primeiro retrocesso no progresso imperial. Os últimos três livros descrevem a tentativa do rei persa Xerxes 1º, da Pérsia, de vingar dez anos mais tarde a derrota persa em Maratona e incorporar a Grécia ao seu império.

"Histórias" acaba em 479 a.C. com a expulsão dos persas na batalha de Platéia e o recuo da fronteira do império persa para a linha costeira da Ásia Menor (Anatólia, na atual Turquia).

Quanto à vida de Heródoto, sabe-se que foi exilado de Halicarnasso após um golpe de Estado frustrado, retirando-se para a ilha de Samos. Parece nunca ter regressado a sua cidade natal.

Deve ter sido durante o exílio que empreendeu as viagens que descreve em "Histórias". Essas viagens conduziram-no ao Egito, Babilônia, Ucrânia, Itália e Sicília. Heródoto se refere a uma conversa com um informante em Esparta, e certamente terá vivido um período em Atenas, onde registrou as tradições orais das famílias proeminentes.

Numa determinada altura tornou-se um logios - isto é, um recitador de prosa ou histórias - cujos temas baseavam-se em contos de batalhas, maravilhas de países distantes e outros acontecimentos históricos. Fez roteiros das cidades gregas e dos maiores festivais atléticos e religiosos, onde dava espetáculos pelos quais esperava pagamento.